Toural


De terreiro no arrabalde a sala de visitas.
De arrabalde lamacento para gado a salão de visitas da burguesia. A história do Toural é a narrativa de como Guimarães saltou as muralhas e abraçou a modernidade. Documentamos a mais impressionante operação urbanística local: a transformação radical do espaço, a arquitetura uniforme oitocentista e a saga do icónico chafariz.


Quem hoje passeia pela vasta e harmoniosa praça do Toural dificilmente imagina as suas origens. Durante séculos, este espaço não foi mais do que um arrabalde poeirento e lamacento, situado extramuros, destinado à comercialização de bovinos e a outras atividades consideradas suja e indesejáveis para o interior da vila nobre. A história do Toural é a história de como Guimarães aprendeu a ser moderna.
No espaço dedicado ao Toural, documenta-se a mais impressionante operação urbanística da história de Guimarães. Analisa-se a transição deste espaço de curral (daí o nome Toural) para o salão de visitas da burguesia oitocentista.
Os textos aqui reunidos exploram a radical alteração da fisionomia do largo, iniciada no final do século XVIII e consolidada no XIX. Foi um processo de higienização e esteticismo que dotou a praça de um conjunto edificado notável pela sua uniformidade, com fachadas altas e as características varandas de ferro, rompendo com o casario medieval e irregular do centro histórico.
Um protagonista incontornável desta narrativa é o chafariz monumental. Geneticamente renascentista, a sua colocação, remoção (ainda no século XIX) e posterior regresso, são episódios que apaixonaram e dividiram a opinião pública, aqui devidamente documentados.
Aborda-se também a vida social do Toural: o aparecimento dos grandes cafés, das lojas de moda e dos hotéis, transformando-o no novo centro nevrálgico da cidade, rivalizando com a velha Praça da Oliveira. Foi aqui que a cidade se abriu, se iluminou e se pavimentou com a calçada artística.
Ler a história do Toural é compreender o momento em que Guimarães decidiu saltar as muralhas e abraçar o progresso, criando um espaço que, pela sua escala e arquitetura, respira uma monumentalidade única no Minho.
O Chiado de Guimarães:
Metarmofoses de uma praça
O Toural nas Memórias de Araduca






