Tadeu Luís Carvalho e Camões
o literato extravagante


Fidalgo, erudito, fundador da Academia Vimaranense
Fidalgo erudito, “senhor” de Vila Flor e fundador da Academia Vimaranense
Tadeu Luís António Lopes de Carvalho Fonseca e Camões nasceu em Guimarães, a 9 de março de 1692, filho do fidalgo-genealogista Gonçalo Lopes de Carvalho e Camões e de D. Guiomar Bernarda da Silva. Herdou vastos bens e jurisdições: fidalgo da Casa Real, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, familiar do Santo Ofício, senhor dos coutos de Abadim e Negrelos e das torres e solares de Camões, Sandim, Torneiros e Montelongo, com o respetivo padroado de igrejas e capelas.
Homem de letras e de mundo, foi membro da Academia Real de História Portuguesa, da Academia dos Infecundos e da Arcádia de Roma, inserindo Guimarães nas redes eruditas do seu tempo. Em 3 de dezembro de 1724 fundou a Academia Vimaranense, espaço de sociabilidade culta onde se recitava poesia, se celebravam efemérides e se construía uma memória literária da “muito notável vila”. A sua pena deixou marcas: entre outros escritos, é autor de Guimarãens agradecido. Applauzo Metrico… (Coimbra, 1747), longo poema de louvor ao arcebispo D. José de Bragança.
No plano urbano, ficou ligado ao grande gesto arquitetónico do seu tempo em Guimarães: mandou erguer, em meados do século XVIII, o Palácio Vila Flor, na antiga cerca conventual dos Dominicanos, cenário dos festejos da aclamação de D. José I em 1750 e hoje um dos ícones monumentais da cidade. Morreu em 23 de maio de 1759. Entre a casa senhorial, a academia literária e o palácio que marcou o perfil urbano de Guimarães, a figura de Tadeu Luís Carvalho e Camões condensa o lado mais erudito, representativo e “barroco” da nobreza vimaranense setecentista.


Albano Belino, nota biográfica
Percurso
1692 (9 de março) – Nasce em Guimarães, filho de Gonçalo Lopes de Carvalho e Camões e de D. Guiomar Bernarda da Silva.
Inícios do séc. XVIII – Afirmado como fidalgo da Casa Real, senhor dos coutos de Abadim e Negrelos e de vários solares, cavaleiro de Cristo e familiar do Santo Ofício.
1724 (3 de dezembro) – Funda a Academia Vimaranense, que promove sessões solenes, recitação de poesia e celebrações cívicas.
Meados do séc. XVIII – Manda construir o Palácio Vila Flor, em Guimarães, que se torna palco de grandes celebrações públicas.
1747 – Publica Guimarãens agradecido. Applauzo Metrico…, em Coimbra, pela tipografia do Real Colégio das Artes.
1750 – No palácio mandado construir por si realizam-se os festejos da aclamação de D. José I.
1759 (23 de maio) – Morre, provavelmente em Guimarães; a memória do seu nome fica ligada à Academia Vimaranense e ao Palácio Vila Flor.






