Eu pudera dizer muito mais, sobre ser Guimarães a antiga Araduca; mas, por ora, basta o que está dito. (João Baptista de Castro)

Sobre a "Maria da Fonte"

TOURAL

4/14/20251 min ler

No vídeo onde se mostra o projecto de intervenção para o Toural e a Alameda, a certa altura descreve-se o monumento que se encontra no centro da praça do Toural como uma “fonte que comemora o primeiro milenário da cidade de Guimarães e de que fazem parte um obelisco e uma estátua de Maria da Fonte”.

Pensando um pouco, deve resultar difícil de perceber o que fará uma estátua da figura que personificou a Revolução do Minho de 1846 num monumento onde se celebra o milenário da existência histórica de Guimarães e o centenário da sua elevação a cidade.

Eis como nasce um mito: o autor do monumento, o arquitecto vimaranense Sequeira Braga, quis introduzir na obra “uma nota amável”, uma estátua em bronze que simbolizasse “a vitória ou independência”. O trabalho foi encomendado ao escultor Eduardo Tavares e a figura da vitória ou independência saiu, naturalmente, sob a forma de uma mulher que se ergue para enfrentar o vento, bem distante da figura de camponesa com que geralmente se representa a revoltosa de Fonte Arcada.

Simplesmente, uma figura feminina numa fonte.

Algum dia, alguém lhe terá chamado, por graça, de Maria da Fonte.

Porém, quando se ouve, num registo sério, dizer que na fonte do Toural há “uma estátua de Maria da Fonte”, a graça deixa de ser graça, ganhando a consistência de verdade inquestionável.

Ver: Memória descritiva da fonte-monumento do Toural.