Outros números nicolinos

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No essencial, os números que compõem o programa das Festas Nicolinas foram fixados no ressurgimento de 1895, que deu continuidade os que já se realizavam antes (entrada do pinheiro, novenas, posses, magusto, pregão, danças e entrega das maçãs), acrescentando-lhe um novo, as roubalheiras, a que começaram por chamar rapto de tabuletas. Ao longo do século seguinte, ensaiaram-se alguns números novos, mas apenas um acabaria por se fixar no programa oficial das festas, o baile de encerramento, assumindo especial relevância na angariação de receitas para o sustento das Festas.

Em 1947, as festas encerraram com uma ceia dançante, que nem sequer estavam previstas no programa para aquele ano. Terá sido uma solução de recurso, para substituir as danças, número que constava do programa daquele ano, mas que não se realizou. Não teria seguimento, mesmo nos anos em que as festas não tiveram danças.

Um dos números inovadores que tiveram maior continuidade foi a gincana, uma prova de obstáculos para automóveis, que apareceu pela primeira vez no programa de 1972, estando prevista para o dia 1 de Dezembro. Passaria a designar-se de Prova de Perícia, chegou a realizar-se no dia 4, mas acabou por se fixar no dia 1. Em 1987, a prova acabou em tragédia, com um acidente provocado pelo despiste de um dos automóveis participantes, de que resultaram duas vítimas mortais, uma criança e um adulto. A prova de perícia ainda voltaria ao programa das festas em 1989, com os automóveis a exibirem-se, pela última vez, no Campo de S. Mamede. E por aí se ficou.

A revolução dos cravos também revolucionou o programa das Festas, introduzindo nelas uma novidade absoluta: a discussão política, com a realização de um debate sobre a democratização do ensino, com a intervenção dos partidos políticos que quiseram participar, e que substituiu os números que tradicionalmente acontecem no dia 4 de Dezembro. Nesse ano e no seguinte, as antigas as posses do mês de Novembro, já com nome próprio — moinas — foram substituídas por convívios no liceu.

Passado o período revolucionário, as festas retomaram o seu figurino tradicional. Em 1979, o programa ainda incluiu um número original, Velhos Pregões, marcado para a noite do 1.º de Dezembro no ginásio do Liceu, composto por “excertos de Pregões recitados por antigos pregoeiros”.