Monumentos

A memória edificada.

Um monumento é um ato de vontade: a vontade de não esquecer. Guimarães está pontuada por marcas de pedra que sinalizam a fé, o poder, a história ou a utilidade pública. Nesta secção, olhamos para a vasta rede de edificado histórico que define a paisagem vimaranense, para além dos grandes ícones que têm aqui espaço próprio (como o Castelo ou os grandes complexos monásticos). Dos cruzeiros às alminhas, das pontes antigas aos chafarizes, das igrejas às capelas e ermidas dos montes, exploramos os marcos que servem de balizas à nossa memória comum.

Para além dos grandes edifícios — castelos, igrejas, palácios —, a paisagem de Guimarães é definida por um conjunto vasto de pequenos e grandes monumentos que funcionam como pontos de referência histórica e simbólica. São os cruzeiros, os padrões, os pelourinhos e as fontes. Esta secção dedica-se a inventariar e analisar estas estruturas que, silenciosamente, contam a história da organização do território e das mentalidades.

Sob a etiqueta monumentos agrupamos o edificado que pontua o espaço público com uma função essencialmente simbólica ou comemorativa.

Aqui, a análise recai sobre os Cruzeiros, peças de arquitetura religiosa que se encontram em adros e encruzilhadas, muitas vezes obras-primas de cantaria que refletem a devoção popular e a arte dos canteiros locais.

Abordam-se os Padrões históricos — com natural destaque para o Padrão da Oliveira e o de de D. João I —, marcos que celebram vitórias militares ou passagens régias, servindo de propaganda política petrificada. E não esquecemos a arquitetura da água: os chafarizes e fontanários. Mais do que utilitários, eram monumentos ao bem comum, lugares de sociabilidade e, frequentemente, de ostentação estética barroca ou neoclássica.

Estes textos procuram ir além da descrição estética. Quer-se perceber a intenção por trás da pedra: quem mandou erguer? O que se queria perpetuar? Porque mudaram de sítio?

Ao estudar estes marcos, reconstruímos a geografia sagrada e civil de Guimarães. Percebemos como a cidade e as freguesias marcavam o seu território e honravam o seu passado, criando uma rede de "nós" visuais que ainda hoje nos orientam na leitura da paisagem urbana e rural.

Função e representação:
Memoriais de granito na paisagem urbana

Os monumentos nas Memórias de Araduca