Joaquim José de Meira
cirurgião e cidadão


Médico, professor, político
Joaquim José de Meira nasceu em Guimarães, a 19 de março de 1858. Licenciou-se em Medicina e tornou-se cirurgião de grande reputação, com larga clínica na cidade. Ao prestígio profissional juntou uma intensa intervenção cívica: foi procurador à Junta Distrital de Braga, presidente da Câmara Municipal de Guimarães e um dos rostos mais visíveis da geração que, nos anos 1880, puxou a cidade para a modernidade, entre a afirmação industrial e as lutas pela autonomia face a Braga.
Orador sólido e escritor sóbrio, colaborou em jornais locais e partilhou com Alberto Sampaio a autoria do Relatório da Exposição Industrial de Guimarães de 1884, peça-chave na leitura do arranque industrial vimaranense. Dirigiu a Escola Industrial Francisco de Holanda, serviu várias vezes a Sociedade Martins Sarmento — de que foi presidente da Direção e, depois, sócio honorário — e esteve no centro do célebre “conflito brácaro-vimaranense” de 1885, como um dos procuradores que defenderam, em Braga, os interesses de Guimarães.
Foi pai de João Monteiro de Meira, médico, escritor e historiador, e de José de Meyra, caricaturista, que juntos desenharam o álbum Na Rua com figuras típicas da cidade. Quando morreu, em 25 de junho de 1931, a cidade reconheceu nele um dos grandes nomes da sua vida política e cultural oitocentista. A rua que sobe da Avenida General Humberto Delgado para a Colina Sagrada guarda hoje o seu nome — Rua Dr. Joaquim de Meira — como discreta homenagem ao médico que aliou clínica, política e serviço cívico.


joaquim josé de meira, nota biográfica
Percurso
1858 (19 de março) – Nasce em Guimarães.
Último quartel do séc. XIX – Forma-se em Medicina e afirma-se como cirurgião de reconhecido mérito, com intensa atividade clínica em Guimarães.
1884 – Coautor, com Alberto Sampaio, do Relatório da Exposição Industrial de Guimarães, documento marcante da “renascença” económica da cidade.
1885 – Procurador de Guimarães à Junta Geral de Braga, figura de destaque no chamado “conflito brácaro-vimaranense”.
Finais do séc. XIX – inícios do séc. XX – Presidente da Câmara Municipal de Guimarães; procurador à Junta Distrital; diretor da Escola Industrial Francisco de Holanda; presidente da Direção da Sociedade Martins Sarmento e, mais tarde, seu sócio honorário.
Pai – Pai de João de Meira (médico, escritor e historiador) e de José de Meyra (caricaturista), autores do álbum caricatural Na Rua.
1931 (25 de junho) – Morre em Guimarães; o seu nome é perpetuado na atual Rua Dr. Joaquim de Meira.






