Cidade


A evolução urbana e património.
Guimarães é um livro de pedra onde se lê a passagem dos séculos. Da estrutura medieval intramuros à expansão oitocentista e à modernidade, a cidade é um organismo vivo em constante mutação. Aqui, exploramos a morfologia das ruas, a história das praças e os edifícios que definem a paisagem urbana. Uma análise atenta sobre como o espaço moldou as vivências e como, ao longo do tempo, os vimaranenses moldaram a sua cidade.


A cidade não é um cenário estático: é o resultado acumulado de séculos de decisões, necessidades e modas estéticas. Nesta secção, olhamos para o tecido urbano de Guimarães não como um postal turístico, mas como um documento histórico vivo, onde cada rua e cada praça contam a história da evolução do burgo.
Ao caminhar pelas ruas de Guimarães, pisamos camadas de história que muitas vezes nos escapam ao olhar apressado. Os textos dispersos identificados com a etiqueta Cidade reúnem contributos que procuram descodificar a gramática urbana vimaranense, desde o núcleo medieval, apertado e defensivo, até às grandes alamedas rasgadas nos séculos XIX e XX que procuraram higienizar e modernizar a urbe.
Aqui, a análise recai sobre a pele da cidade: o granito das fachadas, o desenho das praças emblemáticas como a do Toural ou a de S. Tiago, e as transformações que ditaram o desaparecimento, em nome do progresso, de velhas estruturas históricas e monumentais. É um convite a observar a cidade com olhos de historiador, percebendo como as muralhas, que outrora protegiam, se tornaram num constrangimento ao crescimento, obrigando a cidade a saltar para fora de portas e a redefinir a sua centralidade.
Os textos aqui presentes fogem à descrição lírica superficial para se focarem na substância arquitetónica e urbanística. Como se organizava o espaço? Onde se situavam os poderes e os comércios? Como é que a reabilitação recente dialoga com a autenticidade histórica?
Mais do que louvar a beleza do Centro Histórico classificado pela UNESCO, interessa-nos aqui compreender a funcionalidade e a orgânica desta cidade no fluir dos tempos. Do empedrado das calçadas às frontarias dos edifícios nobres e populares, propõe-se uma leitura atenta das transformações que fizeram de Guimarães o que ela é hoje: uma cidade onde o passado e o presente coabitam, por vezes em tensão, mas sempre em diálogo permanente.
A pedra e o tempo:
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A Cidade nas Memórias de Araduca






