Luís de Pina Guimarães
o inventor da pata de ganso


Militar, urbanista, artista, republicano
Luís Augusto de Pina Guimarães nasceu em Guimarães, na freguesia de S. Sebastião, a 25 de agosto de 1867. Oficial do Exército, participou nas campanhas de “pacificação” em Angola, nomeadamente na região dos Dembos, tendo aí comandado tropas e deixado um relatório sobre a tomada e destruição de Cazuangongo, sendo distinguido pela sua ação com altas condecorações.
Atingido pela malária, foi exonerado do serviço ativo em 1909 e fixou-se em Guimarães, onde ingressou na Câmara Municipal, chefiando a Repartição de Obras. Republicano convicto, colaborou na imprensa de Braga e Guimarães (nomeadamente no jornal Alvorada) e foi reconhecido como “militar e artista vimaranense”.
Foi autor do chamado “Plano do Capitão Luís de Pina”, primeiro grande plano de alargamento e ordenamento urbano da cidade (1925), que desenhou o crescimento moderno a partir da atual Praça da Mumadona e das avenidas que dela irradiam. A sua veia artística manifestou-se, de modo emblemático, no projeto e decoração egiptizante do Café Oriental, inaugurado em 1925 no Toural, obra que refletia a “egiptomania” dos anos vinte e se tornou ícone da memória urbana vimaranense.
Pai do médico, historiador e etnógrafo Luís de Pina (1901-1972), faleceu em 1941.


Capitão Luís de Pina Guimarães, nota biográfica
Percurso
1867 (25 de agosto) – Nasce em Guimarães, freguesia de S. Sebastião.
Década de 1880 – Ingressa no Exército; segue a carreira de oficial de infantaria.
Finais do séc. XIX / inícios do séc. XX – Parte para Angola, integrando as campanhas de “pacificação” do interior, em especial na região dos Dembos.
Inícios do séc. XX – Distingue-se em operações militares, nomeadamente na tomada e destruição de Cazuangongo; é condecorado pelos serviços em campanha.
1909 – Devido a doença (malária e sequelas das campanhas africanas), é exonerado do serviço ativo e regressa definitivamente a Guimarães.
Anos 1910 – Entra para os serviços técnicos da Câmara Municipal de Guimarães, onde vem a chefiar a Repartição de Obras; assume papel destacado em matéria de urbanismo.
Década de 1920 (c. 1925) – Elabora o chamado “Plano do Capitão Luís de Pina”, primeiro grande plano de expansão e ordenamento moderno de Guimarães, estruturado a partir da atual Praça da Mumadona e das novas avenidas.
1925 – Concebe o projeto arquitetónico e o programa decorativo do Café Oriental, no Toural, com forte marca “egiptizante”, que se torna ícone urbano e social da cidade.
Anos 1920–1930 – Colabora na imprensa, designadamente no jornal Alvorada, sendo referido como “militar e artista vimaranense” e interveniente em debates sobre urbanismo e vida local.
Pai de Luís de Pina (1901–1972) – Médico, historiador e etnógrafo, com quem partilha a atenção à memória e identidade vimaranenses.
1941 – Morre em Guimarães, ficando ligado à memória da cidade como autor do primeiro plano moderno de urbanização e criador do lendário Café Oriental.






