Alfredo Guimarães
o primeiro director


Escritor, etnógrafo e diretor do Museu de Alberto Sampaio
Nascido em Guimarães, a 7 de setembro de 1882, e falecido na mesma cidade em 29 de novembro de 1958, Alfredo Guimarães ficou ligado de forma indissociável ao Museu de Alberto Sampaio, de que foi primeiro diretor. Acompanhou a instalação do museu desde 1928 e dirigiu-o de 1931 até 1952, conduzindo uma notável política de recolha, inventário e salvaguarda do património artístico das igrejas e antigos mosteiros do concelho.
A sua ação ultrapassou as paredes do museu: alertou cedo para a preservação do Paço dos Duques, do Mosteiro de Santa Marinha da Costa e do Castelo de Guimarães, e foi um dos promotores da II Missão Estética de Férias (1938), que trouxe à cidade artistas e historiadores de arte, ajudando a projetar nacionalmente o património vimaranense.
Antes de se impor como museólogo e etnógrafo, ensaiou uma carreira literária, escrevendo poesia, teatro, ficção e crónica, e publicou estudos de história local e de arte. Entre as suas obras destaca-se Guimarães. Guia de Turismo (1.ª ed. 1940, 2.ª ed. comemorativa do milenário, 1953), ainda hoje referência para o conhecimento da cidade.


alfredo guimarães, nota biográfica
Percurso
1882 (7 de setembro) – Nasce em Guimarães, onde passará a maior parte da vida.
Fins do séc. XIX / inícios do séc. XX – Radica-se em Lisboa, liga-se aos meios literários e artísticos, exerce o negócio de antiguidades e bric-à-brac e aproxima-se de figuras como o Conde de Arnoso e Eça de Queirós.
1900s–1910s – Desenvolve intensa atividade como colecionador e conhecedor de arte antiga, colaborando com grandes casas nobres (como Pindela) e consolidando o seu nome como especialista em antiguidades.
1928 – Passa a acompanhar o restauro do claustro e a instalação do futuro Museu de Alberto Sampaio, participando desde a génese na definição do perfil da instituição.
1931 (6 de outubro) – Inaugura-se o Museu de Alberto Sampaio; Alfredo Guimarães é nomeado e toma posse como seu primeiro diretor, cargo que exercerá durante mais de duas décadas.
1938 – Tem papel central na organização da II Missão Estética de Férias em Guimarães, que traz à cidade pintores, escultores, arquitetos e historiadores de arte, projetando nacionalmente o património vimaranense.
1940 – Publica a 1.ª edição de Guimarães: Guia de Turismo, monografia ilustrada que articula história, monumentos e costumes, tornando-se referência para sucessivas gerações de visitantes e estudiosos.
1952 (7 de setembro) – Cessa funções como diretor do Museu de Alberto Sampaio, ao completar 70 anos, depois de uma longa campanha de recolha, inventário e salvaguarda de peças provenientes de igrejas, mosteiros e particulares.
1953 – Sai a 2.ª edição, revista e ampliada, de Guimarães. Guia de Turismo, publicação dedicada ao milenário da cidade.
1958 (29 de novembro) – Morre em Guimarães. Fica associado para sempre ao Museu de Alberto Sampaio e à defesa de monumentos como o Paço dos Duques, o Mosteiro de Santa Marinha da Costa e o Castelo de Guimarães.






